quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A ADORAÇÃO QUE AGRADA A DEUS

Manoel Bandeira, em um de seus poemas autobiográficos, escreveu: “Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras que traduzem a ternura mais funda e mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo te adorar. Intransitivo: te adoro, Teodora.” Contrastando o poeta, somos uma geração que beija muito e fala mais ainda, sobretudo sobre adoração.

Filólogos, teólogos, exegetas e picaretas arvoram-se em definir o significado de adorar. Adoração é prestar culto a uma divindade, dizem uns; é reverência, veneração, prostrar-se, ajoelhar-se, em uma atitude de submissão, súplica e respeito, dizem outros. Há ainda os que ligam o termo adoração ao serviço, assim como era designado no passado o trabalho efetuado pelos escravos e empregados aos seus senhores.

Por outro lado, é comum ouvir-se no meio cristão que esta geração é uma geração de adoradores. Se esta proposição é verdadeira, alguns questionamentos precisam ser feitos: a quem verdadeiramente esta geração está adorando? Qual a qualidade dessa adoração? O que é a verdadeira adoração? De onde emana e qual a base da verdadeira adoração?

Segundo o Manual mor, a Bíblia, “Deus é Espírito e procura adoradores que assim o adorem”. Jesus estava dizendo à mulher samaritana que a adoração em espírito vai além de um mero cerimonial ou meras práticas religiosas. Adorar em espírito significa ter um espírito preparado para adorar; isto é, regenerado, transformado pelo poder do Espírito Santo. E isto só é possível pela Palavra, que convence do pecado, da justiça, do juízo e da vida eterna. Só pela Palavra aprendemos sobre o infinito amor de Deus, que nos constrange e nos leva a adorá-Lo, não pelo que Ele pode nos oferecer; mas pelo que realmente é: Sua natureza santa, divina e eterna, seus atributos e senhorio sobre os Céus e a Terra.

Sabemos que existe a verdade, e a sua natureza é única, exclusiva e divina. João 4.24 diz: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou (Jo 1.18). Deus se revelou a nós pelo Filho. Cristo é o verbo que se fez carne, ou seja, Cristo é a Palavra. Portanto tenhamos em mente o que Ele pregou, ensinou e viveu. Submetamo-nos ao exame do Evangelho, prestando atenção àquilo que agrada a Deus. Tenhamos a Bíblia como uma regra de fé; pois só ela é apta para instruir como apresentar a Deus uma adoração genuína, em espírito e em verdade.

À medida que os séculos avançam, o louvor vai se tornando a principal (senão única) forma de adoração dos cristãos. No entanto é preciso vigiar, segundo as escrituras, para não se colocar de lado importantes atitudes de adoração: em verdade (doutrina dos apóstolos), comunhão, serviço (partir do pão), e oração. A adoração que agrada a Deus, de fato, requer uma ação integral do ser, motivada pelo amar ao Senhor Deus de todo o coração, de toda alma, e de todo entendimento. Adorá-Lo, portanto, “em espírito e em verdade” é dever de todos que O temem, respeitam e praticam os Seus ensinamentos.

Reinaldo Braz dos Santos

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