quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobre o Dia dos Finados

Nestes últimos dias, vemos várias práticas mudarem o cotidiano de todos no nosso país, como o Dia das bruxas e o dia dos finados.

No Brasil, o calendário oficial do governo tem como feriado o dia 2 de novembro como o dia dos finados, lembremos que o Brasil é um dos países com o maior número de feriados no mundo. Já foi dito por grandes empresários Japoneses que é preferível exportar para o Brasil que produzir no Brasil, por força das férias e feriados excessivos. Deixando esta polêmica de lado, vamos falar sobre o feriado que acabou de ocorrer, o Dia dos Finados.

Qual a origem deste dia? Depois de uma pesquisa em sítios de internet de vários países, podemos ver que a base deste dia é frágil, por isso vemos poucas referências.

No ultimo dia 30 de outubro, o Papa Bento XVI disse o seguinte:

O papa convidou os católicos a rezarem por quem já morreu, falando numa "certeza" de vida para lá da morte. "Desde os primeiros tempos da fé cristã, a Igreja terrena - reconhecendo a comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo - cultivou com grande piedade a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios por eles". - Disse.

O papa considera que a oração pelos mortos é "não só útil, mas necessária", deixando votos de que "o pranto, devido ao afastamento terreno, não prevaleça sobre a certeza da ressurreição". "Também a visita aos cemitérios, ao mesmo tempo que guarda os laços de afeto com aqueles que nos amaram nesta vida, recorda-nos que todos tendemos para uma outra vida, para lá da morte", - observou. "A comemoração dos fiéis defuntos, à qual é dedicada o dia 2 de novembro, ajuda-nos a recordar os nossos entes queridos que nos deixaram e todas as almas a caminho da plenitude da vida, precisamente no horizonte da Igreja celestial, à qual a Solenidade de hoje nos elevou", prosseguiu Bento XVI, perante milhares de pessoas congregadas na Praça de São Pedro. (Fonte: http://www.cnbb.org.br)

Vemos, nas afirmações do PAPA, “conhecedor da palavra”, algumas contradições bíblicas quando ele diz que Jesus cultivou grande piedade e memória dos defuntos. Ao ler a Bíblia, podemos notar que as vezes que Jesus teve contato direto com a morte foi para vencê-la. Aqueles que Ele desejou trouxe à vida quando ele retornou do hades. A Bíblia diz que “vários santos foram vistos caminhando por entre o povo” mostrando assim que Ele venceu a morte.

Na passagem mais famosa sobre ressurreição efetuada pelo Salvador, a do amigo Lázaro, vemos que “Jesus Chorou”, e não Jesus orou. Ao demonstrar sua natureza divina, ordenou que ele saísse da tumba. Em outras passagens, vemos Jesus clamando e orando a Deus; porém nunca em prol daqueles que estavam mortos fisicamente.

Qual seria a “necessidade”, como afirma este líder, de se orar pelos mortos? Em que alteraria, no passado e no que sentimos, o julgo de Deus? Podemos ver o pedido de intervenção de julgo em várias orações em prol dos mortos. Em Mateus 8, quando Jesus foi indagado sobre o enterro do Pai de um dos discípulos, ele disse para “deixar os mortos, cuidar de seus mortos.” Se analisarmos, podemos ver a dúvida entre cumprir um rito para com quem já tinha morrido e seguir a Jesus, devemos escolher a Jesus.

Muitas pessoas se apegam à lembrança dos que já se foram para nortear suas vidas. Tê-los como referência de vida não é condenável, mas viver e mover a vida para estes não é a vontade de Jesus.

A verdade da vida eterna está no ato da cruz, não no choro pelos que já se foram, pois quem crer N’ele e guardar seus ensinamentos terá a vida eterna.

Falamos de uma forma atual e contemporânea, mas vamos ver as origens dessa prática e assim entendermos àqueles que seguem essas tradições.

Só entendendo nossos irmãos, poderemos ajudá-los.
Sobre a história:

O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, (conhecido ainda como Dia dos Mortos, no México), é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.

Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires, para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998, pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os ensinos dos Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII, esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque primeiro de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição:

Tobias 12:12: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor.”

Jó 1,18-20: “Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.”

Mt 12:32: “E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.”

II Macabeus 12,43-46: “Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.

Data criada em uma época onde poucos tinham acesso à Bíblia, muito menos discernimento para entender o contexto das ações que embasaram a criação deste dia. Ao lermos as passagens acima só vemos a prática “RELIGOSA” de orar para os mortos em II Macabeus. No entanto sabemos que este livro é apócrifo, pois, existem contradições deste com os livros canônicos, e, sobretudo, com as palavras de Jesus.

Entendamos quem foram os macabeus (martelos), foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da terra de Israel, até então um Estado-cliente do Império Selêucida (Helenico ou Grego). Os macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 63 a.C., reafirmaram a religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram no país a influência da cultura helenística.

Sabemos que várias culturas influenciam a forma de se professar a fé, levando isto a cabo, podemos ver que os gregos acreditavam em vários deuses, inclusive o deus Ades, deus dos mortos, e era uma prática comum oferecer holocaustos para esse deus ao qual os macabeus adotaram e tentaram colocar como prática judaica.

Então, mediante a tudo o que foi dito aqui, devemos pensar a quem iremos prestar tributos? Ao pó que restou sobre a terra ou ao exemplo que nos foi deixado? Levando flores ou repetindo as boas ações destas pessoas? Preocupar-se com os mortos ou cuidar dos vivos? Quantos milhares de reais gastaremos com os que se foram, enquanto alguns morrem por não ter o que comer? Cabe a cada um a sua trajetória nesta vida, a salvação ou o julgo. 

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